Além de serem muito aguardadas as férias escolares, tanto no fim do ano quanto nos meses de junho e julho, têm um papel fundamental. Elas contribuem para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos estudantes. Além disso, auxilia no bem-estar físico dos alunos e ajuda a prepará-los para voltar às aulas com o ânimo e energia renovada.
Férias escolares: momento de conexão
Um dos principais benefícios que as férias escolares oferecem aos estudantes é o convívio com os pais. Contudo, mesmo que muitos não consigam tirar férias junto com os filhos é essencial reservar um tempo para passar com a família. “É um momento em que os pais e filhos podem construir memórias inesquecíveis de carinho e crescimento, e esses momentos não devem faltar na relação entre pais e filhos”, garante a psicóloga especialista em Psicologia Escolar e Educacional, Giovana de Bortoli.
Essas memórias podem ser construídas de diversas formas. Seja a família brincando na piscina, construindo castelos de areia na praia ou uma horta caseira, bem como simplesmente cozinhando em casa e criando receitas. “Nem sempre é fácil pensar em atividades para curtir as férias permanecendo na cidade, o importante é construir um tempo de qualidade com os filhos, como um piquenique na praça, uma caça ao tesouro no apartamento ou um jogo de mímicas. O importante é estar totalmente envolvido naquele momento, permitindo-se entrar na brincadeira e no diálogo com os filhos”, aconselha Giovana.
Conexões mediadas por telas
Passar muito tempo em frente às telas pode ser prejudicial à saúde física e mental de crianças e adolescentes. No mundo ideal, o limite de tempo é determinado pela faixa etária. Por exemplo, crianças menores de 2 anos não devem ter nenhum contato, crianças dos 2 aos 5 anos podem utilizar esses aparelhos por no máximo 1 hora por dia, dos 6 aos 10 anos o recomendado é entre 1 e 2 horas por dia, dos 11 aos 18 anos o ideal é entre 2 e 3 horas por dia, o que já representa 20% da rotina de uma pessoa.
De acordo com Giovana, não é necessário castigar ou tirar o celular dos filhos de forma definitiva. O ato de se desconectar da internet precisa envolver a família toda. “É importante o envolvimento dos filhos na decisão de como acontecerá o afastamento das telas, eles precisam se sentir ouvidos e envolvidos para tomar as decisões com os pais, até mesmo para facilitar a comunicação e melhorar o relacionamento. Construir em conjunto a rotina no período das férias, incluindo a forma do uso das tecnologias, é fundamental para que se estabeleçam os novos hábitos”, garante Giovana.
Conexão para além das telas
Uma das maneiras de tirar as crianças de frente das telas é incentivar brincadeiras ao ar livre. Brincar é natural para as crianças e, além de ser prazeroso, estimula o desenvolvimento. Por meio das brincadeiras, os pequenos desenvolvem diferentes habilidades e trabalham aspectos físicos, culturais, afetivos, sociais, emocionais e cognitivos. Já com os adolescentes, é possível envolvê-los ainda mais na conversa. O segredo é ouvir as sugestões dos jovens, priorizando atividades que trabalhem o movimento e também ajudem na saúde física.
Como dito antes, é de extrema importância que as crianças e adolescentes tenham um tempo com familiares e amigos. A socialização contribui para o desenvolvimento, assim como o fortalecimento da saúde mental e da vida em sociedade desses indivíduos. “A família tem um papel essencial na estruturação do nosso jeito de ser, determinando e organizando nosso comportamento, nossos padrões, o que recebemos como educação e regras. A forma como nos relacionamos com nossos filhos os ajudarão no desenvolvimento emocional favorável para os desafios de vida”, explica a psicóloga Giovana.
É importante pensar que família é como um espaço de união, apoio, suporte, confiança, carinho e amor. “Não pode ter medo de educar e reconhecer fragilidades, mas não se deve esquecer de construir um espaço seguro, onde a criança e o adolescente precisam para se desenvolver. Acredita-se que a saúde mental possa ser alcançada por meio de relações intrafamiliares saudáveis, construídas com interações sócioafetivas de qualidade, viabilizando o bem-estar físico, social, emocional e espiritual”, acrescenta Giovana.
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