Excesso de telas: como driblar?

As diversas revoluções tecnológicas pelas quais passamos nos últimos anos fizeram com que seja quase impossível escapar do uso de telas. Além disso, a pandemia, nos aproximou ainda mais desses aparelhos eletrônicos. Durante um longo período de tempo eles foram o nosso contato com o mundo externo. Mas o alarmante nesse caso é que, mesmo com a volta das atividades presenciais, o tempo de uso não tem diminuído. Por isso é necessário pensar práticas que contornam o excesso de telas.

Por onde começar?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), cada faixa etária pode ser exposta ao uso de delas por um tempo diferente:

  • Crianças menores de 2 anos: evitar exposição às telas;
  • Entre 2 e 5 anos: limitar a uma hora por dia, sempre com supervisão;
  • Entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de tela a uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão;
  • Entre 11 e 18 anos: manter a exposição às telas de duas a três horas por dia, com supervisão. Evitar deixar que os adolescentes virem a noite em jogos e outras atividades do tipo.

Dessa forma, seguem algumas dicas para tentar adequar o tempo de tela diário:

  • Dê o exemplo: crianças e adolescentes tendem a reproduzir hábitos da família. Por isso preste atenção ao seu uso de tela e, se necessário, o adeque também.
  • Diálogo: envolva-os no processo. Assim, elas se sentirão mais dispostas a colaborar. Pergunte para eles como vocês podem reduzir o tempo de tela, faça combinados como quantos episódios do desenho eles vão poder assistir, por exemplo.
  • Atividades diferentes: é preciso oferecer atividades diferentes, sobretudo ao ar livre, para que eles não recorram às telas para contornar o tédio.

Quais são os riscos do excesso de telas?

Uma das maiores preocupações é quanto ao conteúdo. A era dos efeitos que mudam o rosto está causando problemas de auto percepção. As imagens inalcançáveis desencadeiam o que se chama de “auto distorção digital”. Essa condição se caracteriza por uma tentativa constante de atender a padrões de beleza inatingíveis. Os problemas de imagem e autoestima, aliados a conteúdo impróprio e até mesmo ao cyberbullying podem causar adoecimento mental.

Além disso, conforme a pesquisa inédita realizada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), estamos passando por uma onda crescente de diagnósticos de miopia em crianças e adolescentes. Segundo a pesquisa, a grande responsável é a exposição excessiva às telas.

Esses diagnósticos foram agravados pela pandemia, já que ela aumentou o uso de telas e diminuiu a exposição ao sol. O sol libera neurotransmissores que fazem o olho crescer menos. Dessa forma, se você ficar em média pelo menos duas horas em ambiente externo sua chance de ser míope pode ser reduzida em até 40%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2050 a miopia atinja metade da população mundial.

No entanto, a exposição excessiva de tem tornado crianças menores apáticas à prática de atividades que exijam movimento. Quando estamos diante da tela o cérebro libera uma substância química chamada dopamina, a mesma liberada pelo uso de álcool e drogas. Por isso, experiências majoritariamente ligadas à internet podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo. Afetando funções relacionadas ao planejamento e raciocínio, bem como de impulsividade.

 

 

 

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